Bloco de Esquerda afasta hipótese de qualquer coligação com PS
face às posições assumidas pelo BE e pelo PCP quem vai governar o país a partir das próximas eleições legislativas? Esta questão interessa a todos os portugueses e particularmente aos que se situam à esquerda do espectro político. A pré-definição de uma posição deste tipo, de recusa liminar de qualquer tipo de acordo com o PS, é uma contribuição para o reforço no voto do PS e um limitador do voto no BE.
Defendo que deve haver negociação à esquerda para definir um novo Governo capaz de responder às questões fundamentais que este Governo hipotecou e às suas escolhas desastrosas. Essa negociação faz-se, julgo eu, a partir da redefinição das posições relativas dos diferentes protagonistas da esquerda e far-se-á melhor com o reforço do BE e do PCP. Temo que a recusa pelos dois partidos de qualquer negociação pós-eleitoral com o PS dificulte esse reposicionamento e favoreça o PS de José Sócrates, estimulando o voto útil num partido que não o mereceu.
No entanto, apesar disto, todas as sondagens indicam que o BE irá certamente duplicar a sua votação, duplicando, provavelmente, a sua bancada parlamentar. Mas a questão subsistirá: quem vai governar o país? Não se pode governar com cerca de 20% dos votos, soma do PCP com o BE, se é que BE e PCP se podem, alguma vez, coligar para formar um Governo.


 

Pedra do Homem, 2007



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