Manuela Moura Guedes: "Temos pronta uma peça sobre o Freeport"
O fim do Jornal Nacional da TVI é uma decisão que assenta como uma luva no clima de críticas à "asfixia democrática" e ao Governo que a terá promovido.
O facto de Manuela Moura Guedes vir no mesmo dia revelar que tem uma peça sobre o Freeport preparada para ser emitida, sendo o Freeport o que é no contexto da relação entre a TVI e o Governo, apenas pode ser entendido como uma pura e simples coincidência.
A pura e simples suspensão do Jornal Nacional seria, ter-se-á pensado, insuficiente para fazer os estragos mais amplos na imagem do Governo. Fazia falta recolocar o caso Freeport na ordem do dia, depois de Judite de Sousa e Sócrates, alguns dias antes, terem dado o caso como quase encerrado.
Dito isto devo esclarecer o seguinte: não coloco a jornalista Manuela Moura Gudes como um símbolo da liberdade de informação em Portugal. Acho o jornalismo que ela pratica uma coisa abjecta e pura e simplesmente não consumo. Se a coloco nalgum lugar é na galeria de algum péssimo jornalismo que se faz em Portugal. Por sorte passei pelo canal quando Marinho Pinto estava a começar a ser entrevistado e gostei que me fartei, como escrevi na altura aqui no blogue. Segundo, não faço ao Governo a infâmia de o achar tão estúpido que tenha resolvido cometer harakiri político. Sócrates só perde com este episódio e Sócrates, já o mostrou, é um mestre na arte da gestão da imagem do Governo. Aliás, havia um tempo para tomar uma decisão desta natureza, se é que existe aqui uma decisão do Governo, hipótese que não me parece credíve,l e esse tempo passou à muito.
A justificação da ligação dos socialistas espanhóis à Prisa é uma afirmação sem ligação à realidade, mas que é utilizada com veemência no discurso político interno.
Diga-se o que se disser e tenham ou não existido pressões o que é um facto é que o Governo e o PS são os únicos a perder com esta telenovela, não fosse a TVI uma especialista.


 

Pedra do Homem, 2007



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