Ferreira Leite e Paulo Portas não excluem coligação
Paulo Portas é o opositor ideal para quem queira melhorar a sua imagem social. As diatribes contra o Rendimento Social de Inserção e contra os Malandros dos que dele beneficiam humanizam quase instataneamente a face, mnuitas vezes crispada, do seu opositor de ocasião. Ontem, o debate não fugiu à regra. Manuela Ferreira Leite condoeu-se em público com a aspereza. violência na verdade, com que Portas se referia aos malandros do rendimento mínimo garantido que ele coloca como um dos problemas orçamentais do país que urge resolver imediatamente.
Imagina-se que Portas terá, regularmente, pesadelos com os malandros do RSI a assaltarem as finanças públicas e a fugirem com sacos das nossas notas deixando os Portas deste mundo desprovidos de recursos necessários para fazerem o que ... faz falta. Pesadelos.
Na questão das PME Portas, por outro lado, lidera a defesa dos interesses de todos aqueles que um dia, enlouquecidos por qualquer razão estranha, decidiram abrir um negócio ou criar uma pequena ou média empresa, colocando-se a jeito para todo o tipo de saques em que a incompetente Administração Pública é perita. Portas não é aquele que mais fala de emprego e do flagelo do desemprego mas é o que mais fala de PME's e dos seus interesses. Devo reconhecê-lo, embora me custe admitir que a esquerda, à esquerda do PS, não tem sido capaz de ocupar este espaço político. No dia das eleições pagará por isso.

PS - No debate entre Manuel Ferreira Leite e Jerónimo de Sousa, aconteceram dois momentos significativos: a dado passo Jerónimo de Sousa recusou subscrever a proposta do programa do BE de acabar com as deduções do PPR's, dando como contrapartida a gratuidade da Educação e da Saúde. Jerónimo é cauteloso e sabe que apenas uma pequena percentagem, ínfima, de cidadãos percebem e não se assustam com a proposta do BE; a dado passo Manuela Ferreira Leite recorreu à clássica chantagem da suprema importância para cada um de salvar o seu emprego como razão suficientemente forte para que os trabalhadores assistam a uma perda de direitos. Jerónimo retorquiu que no tempo da escravatura havia muito trabalho, não havia era nenhum tipo de direitos. Manuel Ferreira Leite mostrou, pelo seu olhar, que tinha percebido a clara mensagem do líder comunista.


 

Pedra do Homem, 2007



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