Auditoria revela que as contas da Câmara de Braga omitem 55 milhões de euros de dívidas
O endividamento autárquico não é nada de novo. O que poderia ser novidade era a adopção de regras mais restritivas no controlo do endividamento. Regras que impedissem que o endividamento crescesse, sempre, nos períodos do ciclo eleitoral. Como se sabe é através do aumento do endividamento, isto é recorrendo aos fundos públicos, que muitos autarcas financiam as suas campanhas e obtêm, com uma perna às costas, a sua reeleição.
Esta noticia o que traz de novo é a forma como a tutela gere os tempos de divulgação dos inquéritos efectuados pelos serviços. Neste caso, pode ler-se aqui, o Secretário de Estado reteve, convenientemnte, o relatório só o divulgando depois das eleições. Mesquita Machado é imbatível em eleições em Braga - certamente por razões que a razão desconhecerá, mas que para os seus indefectíveis e para todos aquele que compartilham com ele a mesa do Orçamento são sobretudo as inigualáveis capacidades do patriarca bragantino - mas nunca fiando e assim o Secretário de Estado, zeloso, resolveu não divulgar o Relatório que dava conta de trafulhices nas contas da autarquia que tinham feito desaparecer 55 milhões de euros de endividamento.
Há autarcas assim: capazes de fazer crescer o endividamento a níveis estratosféricos mas do mesmo modo capazes de o aliviar, sempre que necessário. Mágicos.
A tutela das entidades inspectivas das autarquias devia ser retirada das mãos do Governo. Foi isso que levou à morte o IGAT e outras entidades. Mas, isso é pedir demais a um poder político que está imbuído de uma grande solidariedade ... de classe.
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