FC Porto cumpriu a “prioridade”, mas ainda não “passa a mensagem”

A entradas de Varela acabou por permitir ao Porto uma vitória que foi justa mas que, face à oposição qualificado do Rio Ave, chegou a estar ameaçada. Varela entrou tarde mas ainda a tempo de obrigar o Rio Ave a recuar e a acantonar-se junto da sua baliza.

No futebol como em tudo na vida uma decisão com consequências negativas para uns acaba por ter consequências positivas para outros. Importa por isso fazer o deve e o haver para se avaliar se a decisão de Pedro e Paulo de dispensarem Varela, a custo zero, foi ou não uma decisão globalmente positiva para a Liga e até para o futebol português, tão carenciado de bons extremos.
Julgo que ainda serão lembrados por terem permitido que o bom do Silvestre aparecesse como um jogador de elite do nosso futebol. Nestas coisas a tendência nunca será para elogiar o professor Jesulado que, passe a sua imodéstia, vê mais com um olho fechado do que a dupla atrás referida com os dois escancarados. Mas, o professor é assim, discreto e teimoso quanto baste lá vai levando a água ao seu moinho: a Liga ainda não tem vencedor e não será em Dezembro que alguém pode encomendar as faixas.
João Tomás é um bom avançado e poderia ter sido um dos melhores caso a passagem de Mourinho pelo Benfica tivesse tido outra evolução. Mas, hoje por hoje, é quem melhor finaliza na primeira Liga. Português dos quatro costados.

PS - sobre o derbi de sábado ficou por referir uma evidência: O árbitro não marcou um penálti claro de David Luiz sobre Liedson. David Luiz não deveria ter acabado o jogo por força desse lance e da violência que emprega muitas vezes. Talvez para mostrar aos mais excitados que não é assim tanta a classe com que o pintam. Adrien, que fez um belo jogo e que para mim seria sempre titular, merecia ter visto o cartão vermelho por força de uma entrada sobre Saviola, muito perigosa. Se derem três ou quatro jogos seguidos a este jogador quero ver qual o seu rendimento.
A tese de que Moutinho foi o melhor em campo tem poucos defensores. E eu a pensar que tinha sido uma evidência mais pela primeira parte do que pela segunda, mas uma evidência em termos globais. Muito melhor do que Ramires no Benfica, por exemplo, ou muito mais influente que Veloso no Sporting. Moutinho, talvez pelo tamanho que atrapalha muitos analistas, tem que fazer muitíssimo para se aproximar do nível mediano de alguns. O Pinto da Costa que sabe mais de futebol que esta rapaziada toda é que não tem dúvidas: se aparecerem dois cromos a descartar Moutinho para o "seu" projecto do Sporting o homem pode dormir descansado que há um destino de acolhimento no Olival.


 

Pedra do Homem, 2007



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