Mário de Almeida, o jovem autarca socialista de Vila do Conde - pelo menos de espírito, sempre renovado, sempre inovador, sempre infatigável - defende que a limitação de mandatos seja ratificada através de um referendo. Mário de Almeida não se imagina a fazer outra coisa na vida: senão puder trabalhar para o seu povo todos os santos dias dá-lhe um treco e vai-se desta para melhor. Percebe-se por isso que não se conforme e que proponha formas de ultrapassar a situação criada pelos dirigentes políticos que não estão habituados a lidar com o povo, no dia a dia, e que não sabem quais são as verdadeiras preocupações do bom povo que costuma votar sempre, de forma expressiva, nos Mários de Almeida de todos os concelhos.
Claro que um referendo como o que Mário de Almeida defende - ideia absurda e uma proposta feita no seu próprio interesse, convenhamos - só pode te um único resultado: dos que forem votar mais de 90% votarão contra a limitação dos mandatos. Dos que forem votar mais de 90% serão mobilizados por essas magníficas máquinas de mobilização eleitoral em que se trasnformaram as Câmaras Municipais - entendidas como máquinas ao serviço da perpetuaç~~ao do poder dos seus presidentes - mobilizando para esse fim os dinheiros públicos, e os dinheiros privados dos que defendem a estabilidade e manutenção ad eternum dos mesmos, no poder local.
Se não houver referendo, uma hipótese que eu não decarto pensando na influência política dos Mários de Almeida deste país, resta a estes senhores, que põem e dispõem das Câmaras Municipais, a possibilidade de se candidatarem num lugar secundário - pode ser o número dois - da lista e colocar em primeiro lugar um testa de ferro, ou a mulherzinha, ou um filhote, caso as fidelidades não estejam em alta. Nem será necessário imaginar um sistema como o russo em que Puttin e Medved são afinal as duas faces da mesma moeda sendo que quem manda, independentemente da posição que ocupa, é sempre Puttin.
Adenda:
Faz todo o sentido que se fale disto no Congresso da ANMP. Desde há muito que a ANMP se tornou na ANPCP, isto é a Associação Nacional dos Presidentes de Câmara Portugueses. Falta-lhes apenas mudar o nome.
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