A demissão de Helena Roseta do PS inscreve-se na ordem natural das coisas. José Sócrates colocou à muito uma pedra sobre o dossier "Helena Roseta". Retirou-a de deputada e não lhe passava pela cabeça recorrer a ela como candidata à autarquia de Lisboa. Por essa razão entendeu não responder sequer à carta que a arquitecta lhe dirigiu.
Se a ex-dirigente tem vontade de intervir nos destinos da cidade não lhe restava outra opção.
O PS actual é um partido que todos os dias se diminui incapaz de promover sequer um debate alargado sobre as questões que importa ponderar para fazer das autárquicas em Lisboa uma oportunidade para revitalizar a cidade e para introduzir novas dinâmicas no poder local. Pesa-lhe, de certo modo, a sua cumplicidade na degradação que a cidade sofreu ao longo dos últimos 20 anos.

PS - A candidatura de independentes não apoiados por partidos é dura, desde logo pelas dificuldades burocráticas que lhe estão associadas. Mas Roseta dispõe de um capital que resulta da campanha de Alegre para as presidenciais. E não só, já que é bastonária da Ordem dos Arquitectos. Não lhe será difícil recolher as 4 mil assinaturas. Sobre a eficácia da candidatura já duvido um pouco. Mas não deixa de obrigar ao reajustamento dos diferentes espaços políticos.
E trará ao debate temas que dessa forma não chegariam a esse nível.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats