A empresa La Seda vai investir 400 milhões em Sines num projecto petroquímico que colocou o primeiro-ministro numa verdadeira excitação. Desde as referências à movida que La Seda ia trazer para Sines - embora os de Barcelona achem que isso da movida- uma coisa madrilena - não seja nada com eles - às referências à excelência do polo petroquímico que se está a construir em Sines, Sócrates não parou de filosofar.
No caso do La Seda anunciam-se 150 postos de trabalho directos e os apoios do Estado português - de todos nós, de você e eu também, como canta o tribalista Arnaldo Antunes - ascendem aos 96 milhões de euros. Cada posto de trabalho criado é financiado por nós a 640 000 euros a unidade.
Simultâneamente o Estado português comparticipa no GISA através da CCDR do Alentejo com 300 mil euros. Como se vê este modelo de desenvolvimento, que tanto entusiasma o nosso autarca, usa, apenas, dois pesos e duas medidas: do lado do desenvolvimento industrial, com uma paupérrima criação de emprego e uma igualmente paupérrima cascata empresarial e custos ambientais prpositadamente desvalorizados, milhões de euros de incentivos públicos; do lado da defesa da saúde das populações e da sua garantia, investimentos públicos de tostões.
Infelizmente com esta diferença de pesos a balança não se equilibra, com os direitos da industria a esmagarem os direitos das pessoas. Ora há quem diga que a democracia é o sistema em que os diferentes poderes e interesses se equilibram...


 

Pedra do Homem, 2007



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