O GISA é um projecto dito de "Gestão Integrada da Saúde e do Ambiente no Litoral Alentejano" que tem como principal objectivo "desenhar e implementar um sistema que permita a gestão global do risco ambiental causado, pelo impacte da pokluição atmosférica na saúde pública, na região do Litoral Alentejano e fornecerá às entidades responsáveis, ao nível regional, pelas áreas do ambiente e da saúde pública, uma ferramenta que permita constituir um sistema de informação de suporte à gestão da qualidade do ar e monitorizar e avaliar acções em curso".
Vai durar 36 meses pelo que deverá estar concluído em Dezembro de 2010.
Primeira questão: o GISA podia demorar 72 meses que, para os concelhos de Alcácer, Grândola ou Odemira, não viria daí mal ao mundo. Mas, para Sines convenhamos que são mais 36 meses para "desenhar e implementar um sistema" que permita (...)". Trinta e seis meses em Sines custam mais vidas do que em Alcácer ou Grândola, se pensarmos nas consequências da poluição existente.
Segunda questão
: O GISA nada diz relativamente à caracterização da situação actual em termos de saúde pública. A realidade actual não interessa. Estamos virados para o futuro. Extraordinário. Na Região Centro, a propósito da situação em Souselas, foi feito um estudo, SaúdeCentro2005, que permitiu uma caracterização da prevalência de doenças e confirmar a situação do concelho de Souselas e dos seus habitantes. Recordem-se algumas conclusões :
"(...) Com base na análise de 24157 inquéritos a adultos concluiu-se, que a prevalência padronizada de doenças respiratórias é de 12,9% na população de Souselas ou seja mais do dobro da média destas doenças na Região Centro (5,8%).(...) Quanto à prevalência padronizada de doenças tumorais, Souselas tem mais do dobro da registada na Região Centro (6,1% para 2,8%)(...)" Como estamos em Sines? Muito bem, como dizem os construtores de mitos ou muito menos bem do que devíamos se houvesse respeito pelo ambiente e pela saúde pública? Em Sines a palavra é adiar, adiar enquanto se pode. Enquanto as pessoas não passarem a exigir na rua o respeito pela sua saúde e pelo ambiente. Agora está tudo adiado para 2010.


 

Pedra do Homem, 2007



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