O post de Rui Bebiano, na Terceira Noite, sobre o choque que lhe provoca "a forma como pessoas que considero justas e inteligentes qualificam, em alguns dos blogues que frequento ou visito ocasionalmente, não só a actual luta da maioria dos professores mas, e principalmente, os próprios professores(...) Falo da perfeita falta de respeito com a qual um dos grupos sociais qualificados que mais duramente trabalha e que na comparação com as responsabilidades que detém pior qualidade de vida possui(...) " que descobri a partir da leitura do post de João Paulo Sousa, "Da demagogia ou da ignorância (à escolha) " no "Da Literatura".
Um texto de leitura obrigatória até porque esta é uma ideia que infelizmente não aparece normalmente com a clareza que é necessário. Os professores são uma das classes profissionais mais qualificadas e que proporcionalmente menos recebem. Os professores têm um nível de vida sofrível e são certamente a única classe profissional da Administração Pública que pode ser deslocada todos os anos - agora de 3 em 3 anos para um número signficativo - para longe do seu local de residência tendo que assegurar sem qualquer apoio do empregador todas as despesas com transporte, local de residência - muitas vezes a segunda renda com habitação - e com alimentação.
A ideia de que os professores não trabalham é uma ideia falsa e estúpida difundida por gente pouco rigorosa que, com base no conhecimento de um ou dois casos, tende à generalização. Do mesmo modo a ideia de que os professores não querem nenhuma avaliação é uma ideia mais capaz de ser defendida por mentecaptos do que por pessoas capazes de avaliarem com discernimento e rigor as situações.
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