Litoral Alentejano estuda efeitos da poluição na saúde através dos líquenes.
Já alguém ouviu falar do SinesBioar? Se quiser saber o que é pode ver tudo aqui. Se quiser ler o relatório final do estudo apresentado em 2004, pode lê-lo aqui.
Nos objectivos do SinesBioar o que se dizia era que: "O principal objectivo do SINESBIOAR foi dotar a autoridade regional de uma ferramenta global para monitorização e avaliação da qualidade do ar da região de Sines, e caracterizar os diferentes impactes da poluição atmosférica nas populações locais. Para tal, vários objectivos intermédios foram concretizados:
validação do uso de bio-indicadores e bio-monitores para monitorizar a qualidade do ar na região de Sines; a implementação de modelos matemáticos e geoestatísticos para a dispersão espacio-temporal dos principais poluentes e obtenção de mapas de risco e de custos de impacte; avaliação dos custos de impacte social da poluição industrial a nível local no que respeita ao fenómeno social de percepção do risco relacionado com a poluição;
integração de diferentes metodologias e procedimentos num instrumento global para monitorização, planeamento e gestão da qualidade do ar num sistema de informação (plataforma comum). Finalmente, este projecto demonstrou que uma abordagem multidisciplinar é a mais adequada para o planeamento e gestão da qualidade do ar e avaliação dos seus impactes sociais, tendo em vista o ordenamento do território e o desenvolvimento sustentado da região
."
Agora voltou tudo à estaca zero?
Por isso escrevi aqui, indignadamente, sobre o que me parecia ser uma brincadeira de mau gosto: apresentar o velho como novo. Como de vê a propaganda faz o seu caminho, aparentemente inexpugnável. Ainda por cima quando os resultados não se traduzem em consequências prácticas para a saúde das pessoas mas apenas na validação dos líquenes como instrumento de análise e caracterização. Afinal o SinesBioar dotou a autoridade regional com o quê? Afinal o CIGSA serve para quê e quem o paga ? Quem representa, neste processo, a população de Sines e os seus direitos? Quem coloca em cima da mesa uma exigência mínima para permitir, com o rigor que a ciência e a técnica permitem, saber, em tempo útil, qual é a situação actual em termos de Saúde Pública? De que mitos falamos quando falamos de poluição em Sines?


 

Pedra do Homem, 2007



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